sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Seleção e Controle de Meios de Medição

A seleção e controle dos meios de medição ainda é um tema que dá algumas dores de cabeça para o pessoal da qualidade nas organizações. Tenho observado que os conceitos ainda não são bem compreendidos e podem levar a não conformidades.
Selecionar um meio de medição é tarefa importante, pois é com base nos resultados de medições que tomamos nossas decisões. Mas também não é um bicho de sete cabeças.
Uma regra antiga, porém válida, é a regra "Um para Dez". Isto quer dizer que o meio de medição deve ter uma resolução DEZ vezes maior que a tolerância da característica que será avaliada.

Exemplo: Diâmetro externo nominal de um pino é 6,70 mm e a tolerância é + 0,15 e - 0,25 mm

A tolerância total pode ser determinada da seguinte forma: 

Vmax - Vmin   ou seja   6,85mm - 6,45mm = 0,40mm

Portanto, o meio de medição deve ter uma resolução de 0,40mm/10 = 0,04mm ou melhor.

Com o meio de medição em uso, deve-se, a cada calibração,  obter o valor da  tendência (T) e da incerteza de medição (U). Estes valores são obtidos a partir do certificado de calibração emitido pelo laboratório externo ou são calculados quando a calibração for executada internamente.

De posse destes valores, o critério de aceitação sugerido para o meio de medição é:

(T + U) <= (Tolerância)/ 3 a 10

Para o exemplo acima, vamos assumir que a tendência T obtida do certificado seja igual a 0,04mm e a incerteza U igual a 0,01mm.

(T + U) = 0,04 + 0,01 = 0,05mm

Se compararmos este valor com a tolerância teremos a seguinte relação:

Tolerância = 0,40 = 8    valor este que está contido no intervalo de 3 a 10.
                      (T + U)       0,05

Portanto, o meio de medição continua adequado para a tolerância estabelecida para o produto.

Caso o resultado da relação acima seja inferior a 3, deve-se substituir o meio de medição.

Fácil, não? 

Boa sorte!